Quarta, 13 de Agosto de 2025

Operação da PF mira fraudes no INSS com envolvimento de funcionários da Caixa

Investigação apura desvio de recursos e concessão indevida de benefícios previdenciários; mandados são cumpridos no Rio de Janeiro e Santa Catarina.

13/08/2025 às 14:33
Por: Redação

A Polícia Federal deflagrou a Operação Recupera nesta quarta-feira (13) para combater uma organização criminosa especializada em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As investigações apontam para o envolvimento de funcionários e ex-funcionários da Caixa Econômica Federal no esquema.

Segundo a PF, as fraudes tiveram início em 2018, com a concessão indevida de benefícios assistenciais e previdenciários através da inserção de dados falsos nos sistemas da Caixa. Os investigados se aproveitavam de seus acessos para viabilizar as ações fraudulentas.

Notícias relacionadas:

As investigações revelaram que o grupo realizava comprovações de vida fraudulentas de pessoas fictícias ou já falecidas, emitia segundas vias de cartões de beneficiários inexistentes e autorizava pagamentos irregulares. Além disso, utilizavam documentos adulterados para habilitar benefícios e atuavam de forma coordenada na inserção de dados falsos no sistema da Caixa.

Demissões

A Caixa Econômica Federal instaurou um procedimento disciplinar que resultou na demissão dos funcionários envolvidos e na identificação de condutas ilícitas articuladas entre os autores, que já possuíam histórico de faltas disciplinares semelhantes relacionadas à concessão indevida de benefícios.

“Mesmo após a demissão, em 2022, os suspeitos deram continuidade ao esquema, delegando a terceiros o saque mensal de ao menos 17 benefícios fraudulentos ainda ativos”, informou a PF.

Mandados judiciais

A Operação Recupera, com o apoio do Ministério Público Federal e da Caixa, cumpriu seis mandados de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio e indisponibilidade de bens e ativos no valor estimado de R$ 3 milhões.

As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal e cumpridas em endereços ligados aos acusados no Rio de Janeiro e em Santa Catarina.

Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa e peculato eletrônico. A PF informou que as ações “prosseguem para identificar outros envolvidos, desarticular o esquema criminoso e recuperar os ativos desviados”.